segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A Grande Aposta: Porque não teremos uma crise imobiliária como a dos EUA



Por que o mercado brasileiro não terá uma grande crise imobiliária?

Em A Grande Aposta, conhecemos uma série de detalhes sobre as regras do mercado imobiliário americano, algumas bastante diferentes das nossas. É importante pensarmos nesse ponto: cada país tem seu sistema bancário, suas leis e sua cultura, consequentemente, nenhum mercado imobiliário é igual ao outro, embora possam haver algumas semelhanças.

A partir disso, já podemos pensar: se existe mesmo uma crise potencial no mercado imobiliário brasileiro, com certeza ela não será igual a que houve nos Estados Unidos. Ela terá, inclusive, um impacto muitas vezes menor. Duvida?

Vamos explicar aqui alguns motivos que aparecem no filme e que mostram o porquê disso:

1 – Valor percentual financiado dos imóveis

No filme, vemos casos em que as pessoas financiavam até 100% do valor dos seus imóveis – e na economia americana eram muitas pessoas que faziam isso. Imagine comprar um imóvel sem dar nenhum valor de entrada?

Ok, no Brasil até pouco tempo era possível financiar até 90% do valor do imóvel em uma linha de crédito da Caixa Econômica Federal, mas no último ano vimos já ajustes significativos nas regras de financiamento. Nesta linha, por exemplo, o valor percentual máximo financiado passou a ser de 50%.

2 – Compradores com real poder de compra

Outro ponto importante é em relação a análise de risco de crédito. Um mercado em expansão é menos exigente em relação a quem empresta dinheiro, não é mesmo? Vimos isso no Brasil há alguns anos, quando o mercado imobiliário cresceu rapidamente. Hoje, algumas pessoas que adquiriram imóveis naquela época não são capazes de quitar seus financiamentos e estão devolvendo seus imóveis.

Antes da crise, isso aconteceu em larga escala nos Estados Unidos. Em “A Grande Aposta”, conhecemos o conceito dos subprimes. Esses eram financiamentos de alto risco concedidos a pessoas que não tinham bom histórico de pagamento. Para você ter ideia, a declaração de renda para esses empréstimos era feita verbalmente, sem nenhum documento de comprovação.

Quando muitas dessas pessoas deixaram de pagar suas parcelas, o mercado começou a ruir. Além disso, a garantia para esses empréstimos era muitas vezes as próprias casas das pessoas. Com a crise, o preço dos imóveis caiu e o valor das garantias também: era o caminho para um colapso.
No Brasil, uma das coisas que temos percebido é justamente uma análise mais rigorosa do poder de compra de quem quer adquirir seu imóvel. Isso pode ser um problema no momento para você, pois sente os entraves para concluir suas negociações, mas certamente evita que nosso mercado entre em colapso.


3 – Não há bolha imobiliária no Brasil

Apesar de muitos defenderem que estamos vivendo uma bolha imobiliária no Brasil, isso não está acontecendo. O conceito de bolha imobiliária pressupõe uma alta muito grande de preços de imóveis, seguida de uma queda muito brusca – assim como aconteceu nos Estados Unidos.

O que percebemos nos últimos anos no nosso mercado é bastante diferente. Tivemos, sim, um crescimento de preço significativo na última década. Porém os preços médios dos imóveis nos últimos tiveram variações próximas à inflação na maioria das cidades. Aqui é importante falar que estamos nos referindo a imóveis de revenda, que no Brasil correspondem a cerca de 80% do mercado imobiliário.

Se você quiser entender melhor as variações de preço na sua região, precisa acompanhar o DMI (Dados do Mercado Imobiliário), estudo realizado mensalmente pelo VivaReal. 

4 – Percentual de PIB financiado

Para acontecer uma crise no mercado imobiliário, geralmente há um alto valor percentual financiado em relação ao PIB. Ou seja, a soma de todos os valores financiados vigentes naquele país muito próxima à soma dos valores gerados a partir da produção de seus bens e serviços em um determinado momento.

No Brasil, este percentual ainda é muito pequeno, por volta de 10%, segundo dados de 2015. Nos Estados Unidos esse valor hoje está por volta de 67%. Quando houve a crise imobiliária americana, esse percentual era ainda maior: acima de 90%. O impacto foi enorme justamente porque existia uma grande quantia de dinheiro financiada para compra de imóveis, comprometendo o mercado financeiro e, consequentemente, todos os setores da economia.

Veja nessa tabela a relação PIB X Crédito Imobiliário em alguns países:

5 – Demanda por habitação

No Brasil ainda existe uma demanda por habitação muito grande. Por ser um país em desenvolvimento, ainda existem muitas famílias que não possuem imóvel próprio, além de nossa população ainda estar crescendo numericamente.

Não podemos esquecer também que a vida das pessoas continua, apesar dos momentos econômicos difíceis: ainda há gente se casando, tendo filhos, se divorciando, saindo da casa dos pais ou mudando de cidade. Ou seja: o mercado imobiliário não irá parar!

Fonte: Vivareal.com.br/vivacorretor

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